Atrás do prejuízo
Consumidores lesados pela 123 Milhas tem até hoje, dia 26, para solicitar a inclusão de seus nomes na lista de credores da empresa.
Para ter seu nome na lista dos clientes com valores a receber, o consumidor deve acessar o site da Administradora Judicial.
Por decisão da Justiça mineira, todos os pedidos de ressarcimento devem ser feitos obrigatoriamente na página indicada.
Lista de credores
A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) informa que a partir da consulta, podem aparecer três casos distintos, com procedimentos exclusivos para cada um deles.
Todos os passos a seguir estão em uma cartilha elaborada pelo DPMG. Esse material mostra para os consumidores com proceder para inserir seu nome na lista.
Para Patrícia Dias, assessora técnica do Procon-SP, a expectativa do órgão é que todos aqueles prejudicados que fizerem a habilitação como credores no processo de recuperação judicial da empresa sejam ressarcidos.
“É fato que a empresa tem patrimônio que a própria Justiça já separou. Este momento da recuperação é a identificação de todos os credores para depois fazer o balanço para saber qual o patrimônio e o montante da dívida”, ressalta Patrícia.
Ela ainda alerta os consumidores que, mesmo que tenham procurado o Procon municipal ou estadual, é extremamente importante registrar os dados e enviar toda a documentação no site mencionado, para constar na lista da Recuperação Judicial e passe a ser considerado um credor da 123 Milhas.
Crise na 123 Milhas
Em agosto de 2023, a 123 Milhas começou a enfrentar uma crise que fez suspender a emissão de passagens e pacotes da sua linha Promo, com preços mais vantajosos por não ter datas definidas de ida e de volta. Para ressarcir os clientes, a empresa ofereceu vouchers.
Fundada em Belo Horizonte no ano de 2016, a empresa se tornou a maior anunciante do país em apenas cinco anos, alcançando um investimento de R$ 2,37 bilhões na compra de espaços publicitários.
Em agosto do ano passado, a 123 Milhas protocolou no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, um pedido de recuperação judicial. A empresa revela no documento que o objetivo da medida era assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com os clientes, ex-colaboradores e fornecedores.
A 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte aceitou o pedido de recuperação judicial ainda no fim do mês de agosto. Nesse momento a empresa acumulava uma dívida de R$ 2,3 bilhões.
A plataforma de turismo então solicitou a suspensão, por 180 dias, das ações envolvendo credores e consumidores que acionaram a Justiça após a interrupção dos serviços.
Em janeiro deste ano, a recuperação judicial foi suspensa até a nomeação de novos administradores. Além disso, a 123 Milhas teria que expor as reais condições de outras empresas que também constam no pedido.