CCJ do Senado aprova volta do DPVAT

Votação agora segue para ser analisada pelo plenário

Volta do Seguro Obrigatório

Foi aprovado hoje, dia 7, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, por 15 votos contra 11, o projeto de lei complementar que recria o Dpvat, seguro obrigatório para donos de veículos.

A previsão é que ainda hoje o texto seja votado pelo plenário do Senado, e se aprovado, segue para a sanção presidencial.

O senador Jacques Wagner (PT-BA), relator da matéria, informa que o valor do novo segura será entre R$ 50 e R$ 60 reais por ano e não terá diferença entre motos e veículos, segundo os cálculos do Ministério da Fazenda. “Repare que quando estava na holding de seguradoras, bancada pelas quatro grandes seguradoras que tomavam conta do Dpvat até declinarem, o valor era superior a R$ 100 [para carro] e superior a R$ 200 para a moto. Portanto, havia uma gordura absurda”, argumentou Jacques Wagner.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Utilidade do seguro

O seguro, além de financiar o Sistema Único de Saúde (SUS), é usado na indenização de vítimas de acidentes de trânsito e nas ações de prevenção de acidentes por meio da Secretaria Nacional de Trânsito. O seguro agora deverá ter outro nome, o Spvat (Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito).

Parte da oposição criticou a proposta, alegando que se trata de mais uma despesa a ser paga pelos donos de veículos. O senador Carlos Vianna (Podemos-MG) propôs que apenas seja obrigado a pagar o seguro obrigatório quem não tem seguro privado.

Eu, por exemplo, tenho um carro na família, minha filha dirige. [O veículo] Tem um seguro pra isso já, eu já pago esse seguro. Por que você é obrigado a pagar o Dpvat? Por que nós temos que impor isso a toda a sociedade brasileira? Vamos criar o seguro só pra quem não tem”, criticou o senador.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES), por sua vez, argumentou que o seguro é de caráter solidário, para que todos os donos de veículos ajudem a pagar os custos dos acidentes de trânsito.

É pago apenas por quem é proprietário de veículo automotor, enquanto qualquer pessoa pode ser seu beneficiário. Daí a função de proteção social. Se você atropela uma pessoa e você não sabe nem quem é o motorista, impõe-se o recebimento do seguro”, explicou Contarato, acrescentando quesão essas pessoas que não têm dinheiro para pagar absolutamente nada e que precisam desse seguro”.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Seguro

Criado em 1974, o Dpvat era um seguro obrigatório destinado a indenizar vítimas de acidentes de trânsito em todo o Brasil. A indenização era paga em casos de morte, invalidez permanente total ou parcial e para o reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada por danos físicos causados por acidentes com veículos automotores de via terrestre ou por suas cargas.

A cobrança foi extinta em 2021, quando a Caixa Econômica Federal assumiu a gestão dos recursos e pagamentos do Dpvat no lugar da Seguradora Líder, que era um consórcio de empresas privadas. Na ocasião, havia um excedente em torno de R$ 4,3 bilhões, que permitiu a manutenção dos pagamentos do seguro às vítimas de acidentes de trânsito.

Entretanto, o pagamento das indenizações foi suspenso em novembro do ano passado, por falta de saldo no fundo do Dpvat.

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.