Computadores que iriam para o lixo, viram objetos de inclusão digital em Betim

O material não aproveitado, é levado para um empresa especializada em reciclagem de lixo eletrônico

Lixo extraordinário

Segundo dados das Nações Unidas (ONU), o Brasil produz cerca de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico, com esse número, o país ocupa o quinto lugar na lista dos maiores produtores destes resíduos no mundo.

O avanço da tecnologia contribui para que grande parte desses resíduos seja de materiais eletrônicos que caem em desuso. É comum ter em casa um aparelho que não funciona mais, ou funciona, mas já foi substituído por um mais novo.

Esse lixo eletrônico encostado na sua casa pode ser muito útil para alguém. No Instituto Ramacisna, em Betim, existe o projeto “Solidariedade Inclusiva”, que recebe doações de computadores usados e com defeito, para serem usados como material pelos alunos do curso profissionalizante de Operador de Computador, da própria instituição.

Alunos e equipamentos

Após restaurados, os equipamentos são destinados às crianças em situação de vulnerabilidade que integram o Centro de Apoio Educacional Ramacrisna (CAER) e que se enquadram nos seguintes critérios; comprometimento, frequência nas oficinas, bom desempenho escolar e não possuir computador em casa.

Para o professor do curso, César Mendes, os benefícios alcançados pelo projeto vão além do simples acesso à tecnologia. A qualificação profissional e a oportunidade de aprendizado na prática, deixam os alunos do curso de Operador de Computador familiarizados com o dia a dia da profissão.

Ainda segundo o professor, as escolas de formação profissional, no geral, não oferecem essa prática, o que acaba fazendo com que o currículo dos alunos seja defasado.

Foto: Ramacrisna/Divulgação

Descarte consciente

O projeto proporciona outro papel importante além da inclusão digital de famílias em vulnerabilidade social e a criação de novos profissionais na área. Outro braço do projeto é a preservação ambiental.

Todo o material recebido pelo Instituto Ramacrisna, passa por uma triagem para saber o que pode ser usado. O que não é possível reaproveitar, é recolhido pela empresa Emile, parceira do instituto, especializada em reciclagem de lixo eletrônico.

Foto: Emile/Divulgação

Para doar

Para colaborar com a continuidade do projeto, você pode fazer a sua doação levando o lixo eletrônico acumulado em sua casa, na sede da Ramacrisna, no bairro Santo Afonso ou nos núcleos dos bairros Petrovale e Imbiruçu. Empresas e pessoas físicas podem doar e não há uma quantidade mínima para recebimento dos materiais.

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.