Crescimento das queijarias legalizadas em MG impulsiona segurança alimentar e tradição

Número de estabelecimentos legalizados cresce 675% entre 2019 e 2024, impulsionando a segurança alimentar e a tradição do queijo mineiro

Expansão das queijarias legalizadas

O número de queijarias legalizadas em Minas Gerais cresceu bastante, passando de 20 para 155 estabelecimentos entre 2019 e 2024, um aumento de 675%. Esse avanço foi possível graças também ao esforço do Governo de Minas, através do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), uma autarquia da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Em 2020, após ouvir as demandas do setor produtivo, o governo publicou um decreto que regulamenta a produção de queijos artesanais, incentivando os produtores a legalizarem suas atividades.

A segurança alimentar tem sido uma prioridade no estado, com o IMA estabelecendo normas sanitárias rigorosas para garantir a qualidade dos queijos produzidos. Liliana Castro, fundadora da queijaria 3 Irmãos em Tapira, destaca a importância desses regulamentos.

“Investimos muito em exames laboratoriais para garantir que nossos animais estão livres de doenças como brucelose e tuberculose”, afirma.

A adesão às normas inclui o uso de equipamentos de proteção individual nas queijarias, garantindo um produto seguro para o consumo.

Foto: IMA / Divulgação

Regulamentação e valorização do Queijo Mineiro

A regulamentação publicada pelo Governo de Minas em 2020 fortaleceu os pequenos produtores e valorizou o agronegócio mineiro. O Decreto nº 48.024/2020, que regulamenta a produção e comercialização de queijos artesanais, foi um marco para o setor.

Alexandre Honorato, dono da Fazenda Só Nata em Araxá, foi um dos primeiros a conquistar o Selo Arte, que permite a comercialização dos queijos em todo o país. Este selo é uma prova do cuidado dos produtores com a qualidade e a tradição dos queijos mineiros.

A legislação específica para queijos artesanais de leite cru, elaborada em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e outras instituições, estabelece critérios rigorosos para a produção.

“Nos debruçamos sobre o assunto para manter a tradição do modo de fazer queijo e ao mesmo tempo preservar a segurança alimentar”, destaca André Duch, gerente de Inspeção de Produtos de Origem Animal do IMA.

Esta regulamentação é essencial para a sustentabilidade e a prosperidade de cerca de 9 mil famílias que dependem da produção de queijos artesanais no estado.

Foto: Igor Torres

Processo de legalização e benefícios econômicos

Para legalizar uma queijaria no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), os produtores devem registrar-se online no site do IMA ou em um dos escritórios regionais. O processo tem um prazo de resposta de até 60 dias, embora possa se estender dependendo das condições apresentadas no projeto.

Além do registro estadual, os produtores podem solicitar o Selo Arte, que permite a comercialização dos queijos em todo o Brasil, ampliando significativamente o mercado para os produtos mineiros.

A inclusão recente de novas regiões, como o Distrito de Rosário de Minas na Região Serras da Ibitipoca, como produtoras de Queijo Minas Artesanal, mostra o contínuo apoio do IMA ao setor.

O esforço para fortalecer a produção local e sustentável é uma fonte crucial de renda e emprego para milhares de famílias em Minas Gerais, mostrando a importância cultural e econômica do queijo na região.

Leandro Silva: Natural de Belo Horizonte, fundou o site Betan City em fevereiro de 2024. Empresário e estudante de tecnologia.