Democratização de Dados como caminho para o desenvolvimento sustentável da mineração em MG

Por Sérgio Lopes Cabral - Diretor-presidente da CODEMGE

Democratização de dados

Minas Gerais, com seu solo rico em histórias e minérios, sempre foi protagonista na mineração mundial. Agora, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) está trazendo uma mudança revolucionária para o setor ao anunciar a disponibilização gratuita dos levantamentos aerogeofísicos do Estado para instituições acadêmicas e mineradoras.

Mas o que isso realmente significa? Trata-se de algo muito mais do que uma simples abertura de dados; é uma verdadeira sacudida no status quo. Minas está mostrando ao mundo que o conhecimento aqui é um mineral precioso, uma moeda forte.

Os levantamentos aerogeofísicos são imagens e dados capturados por aeronaves que sobrevoam terrenos a baixas altitudes, revelando os segredos do nosso solo. Anteriormente, esses dados custavam uma pequena fortuna – R$ 300 mil, para ser exato – e estavam fora do alcance de muitos que poderiam transformá-los em inovação e progresso. Agora, esses dados estão acessíveis para aqueles que querem pesquisar, desenvolver e explorar de forma sustentável.

Foto: Instituto Ramacrisna (Sérgio Lopes Cabral – Presidente)

Produção mineral

Os minerais são fundamentais para alimentar o mundo, estando presentes em tudo, desde o concreto que nos abriga até as tecnologias que nos conectam. Minas Gerais, com sua produção gigantesca de minério de ferro – mais de 300 milhões de toneladas por ano – responde por cerca de um terço de toda a produção mineral do país. O Estado é também o maior produtor de zinco, ouro, fosfato, grafita, lítio e calcário, além de ser responsável pela extração de 75% de todo o nióbio do mundo.

Ao democratizar o acesso a esses dados, Minas reforça sua posição de líder e também pavimenta o caminho para um novo tipo de mineração – uma mineração sustentável, inovadora e profundamente integrada ao conhecimento científico.

Essa iniciativa, realizada em parceria com o Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB), é um exemplo claro de como a colaboração entre academia, governo e setor privado pode gerar resultados extraordinários.

No Vale do Jequitinhonha, por exemplo, a demanda por pesquisa mineral sobre o lítio – o “mineral do futuro” – tem crescido exponencialmente. Os dados aerogeofísicos gratuitos podem subsidiar políticas públicas e projetos que transformarão essa região em um polo de desenvolvimento sustentável.

Estamos mostrando ao mundo que a verdadeira riqueza está na maneira como utilizamos esses recursos para construir um futuro mais justo e sustentável. É um novo e promissor capítulo que se abre, uma revolução onde o conhecimento é o maior “mineral” a ser explorado.

Leandro Silva: Natural de Belo Horizonte, fundou o site Betan City em fevereiro de 2024. Empresário e estudante de tecnologia.