Exercitando o cérebro
Dez estudantes brasileiros foram selecionados para participar das Olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA).
Essa é a segunda vez que o Brasil é sede da IOAA, que será realizada entre os dias 17 e 27 de agosto, nas cidades de Vassouras e Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.
Já a OLAA, será disputada em terras estrangeiras, na Costa Rica. A competição está marcada para acontecer no período de 25 a 29 de novembro. Todos os alunos classificados participaram, no ano passado, da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA).
Início de tudo
Segundo o pesquisador do Observatório Nacional e um dos coordenadores da IOAA, Eugênio Reis, tudo começa pela prova da OBA.
Estudantes do ensino médio que receberam nota 7 ou acima de 7 na prova, são convidados a participar do processo seletivo da OBA, e alunos do 9º do ensino fundamental, que tenham notas 9 ou acima de 9.
“Estamos falando de milhares de estudantes que são convidados para o processo”, destacou Reis, ao site da Agência Brasil.
Essa fase se inicia com a realização de três provas online, aplicadas no último trimestre do ano, na escola ou em casa, sem despesas para os alunos. O grau de dificuldade das provas vai aumentando gradativamente. Vale ressaltar que alunos de institutos federais e colégios militares também podem participar.
“A gente tem que ir preparando os estudantes para enfrentarem questões cada vez mais complicadas de astronomia. As provas online já têm esse caráter de serem cada vez mais difíceis”, explicou Reis.
Depois do resultado das provas online, são selecionados entre 150 e 200 estudantes para a realização de uma prova presencial, que normalmente é aplicada no Hotel Fazenda Ribeirão, na cidade de Barra do Piraí–RJ. Nessa etapa, os estudantes são responsáveis pelo custeio da passagem.
Treinamento
Nessa etapa, os alunos passam por provas teóricas de planetário, manuseio de telescópio e estudos da carta celeste. Segundo Reis, esse é o momento em que os alunos são testados de maneira mais séria, já que é dali que sairá a equipe que será treinada.
“Dos 150 a 200 que a gente chama para fazer essas provas, são selecionados 40 estudantes. Dentro desses 40, há algumas regras para ocupação das vagas”, disse o coordenador.
Entre as regras estão a obrigatoriedade da participação de meninas nas equipes, presença de alunos de escolas públicas e do 9° ano do ensino fundamental que, no ano seguinte, estarão no ensino médio.
“A gente guarda, dentro desses 40, uma cota para esses estudantes, porque a gente quer que nossas equipes sejam mistas, com meninas e meninos juntos; e privilegia aqueles de escolas públicas”, reforça o coordendor.
Após a segunda fase de treino, os dez estudantes que representarão o Brasil na IOAA e na OLAA são selecionados, e outros cinco também são escolhidos como suplentes.
Medalhas
Nas olimpíadas latino-americanas, o Brasil lidera o quadro total de medalhas. O país tem tradição em conquistar medalhas de ouro, quando não vence as cinco medalhas, leva ao menos quatro, fato que vem acontecendo nos últimos anos.
Com o aperfeiçoamento dos treinamentos, a expectativa é que a medalha de ouro venha também na olimpíada internacional, onde o nível de dificuldade é ainda maior.
Participantes
Os estudantes brasileiros que vão representar o Brasil na IOAA 2024 são Francisco Carluccio de Andrade 16 anos (SP), Gustavo Mesquita França 18 (SP), Heitor Borim Szabo 17 (SP), Lucas Cavalcante Menezes 17 (SE) e Natália Rosa Vinhaes 17 (MA).
Já na OLAA, o Brasil será representado por Arthur Gomes Gurjão 16 anos (CE), Filipe Ya Hu Dai Lima 16 (PB), Larissa Midori Miamura 18 (CE), Luca Pieroni Pimenta 17 (SP), e Lucas Praça Oliveira 17 (CE).