Em carta, Fiocruz alerta Senado sobre os perigos da liberação dos “vapes”

Tema seria votado hoje e foi retirado da pauta do dia

Foto: Depositphotos. com/Reprodução

Fumaça tóxica

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou ao Senado Federal, uma carta onde relata a preocupação da instituição, caso os cigarros eletrônicos ou vapes, como são chamados, sejam liberados no Brasil.

A votação do Projeto de Lei (PL) 5008, estava prevista para hoje, dia 20, no Congresso Nacional, foi retirada da pauta na parte da tarde.

Produzido pelo Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab/Ensp/Fiocruz), o documento diz concordar com a Resolução RDC 855/2024 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que faz a proibição da comercialização, fabricação, importação e publicidade dos cigarros eletrônicos.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Efeitos adversos

A Fiocruz também está em consenso com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e de várias entidades da sociedade civil que informam sobre os riscos no uso dos DEF, como a Associação Médica Brasileira (AMB) e a ACT Promoção da saúde.

Uma das partes em destaque no documento é o alerta feito pela OMS em 2023, que cita os efeitos adversos dos cigarros eletrônicos para a saúde pública, como danos respiratórios, cardiovasculares e potenciais efeitos neurotóxicos, gerando uma preocupação no impacto a longo prazo.

As estratégias de marketing adotadas pelas fabricantes dos cigarros eletrônicos, tendo como alvo o público jovem, também foram criticadas pelas Fiocruz, que em suas alegações, cita que esses produtos são destinados exclusivamente aos adultos.

O patrocínio de eventos e a publicidade feita nas redes sociais, mostram um claro direcionamento para atrair jovens consumidores.

Foto: Haiberliu/Pixabay

Toxinas

No documento enviado ao Senado, a Fiocruz afirma que, ao contrário do que dizem os fabricantes, os cigarros eletrônicos aumentam o risco de dependência à nicotina e sujeitam os consumidores a diversas substâncias cancerígenas como nitrosaminas, formaldeído acetaldeído, amônia, benzeno e metais pesados.

Esses dispositivos também contam com a presença de solventes como a glicerina e propilenoglicol, além de uma série de aromatizantes e saborizantes, que chamam a atenção especialmente de crianças e jovens, induzindo-os a precoce experimentação e à acelerada dependência em nicotina.

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.