Em Minas, a partir de 2025, teste do pezinho será ampliado para 60 diagnósticos

Quantidade de doenças triadas é inédita entre os estados do Brasil

Diagnóstico precoce

Conhecido popularmente como teste do pezinho, o Programa Nacional da Triagem Neonatal (PNTN), será ampliado no estado de Minas a partir de janeiro do próximo ano.

Feito em recém-nascidos, o exame poderá detectar até 60 doenças, aumentando o número que hoje é de 23 doenças.

O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira, dia 9, pelo governador Romeu Zema (Novo), que também falou sobre os valores investidos nesta ampliação, que alcançam R$ 64,2 milhões por ano.

Pioneirismo

A partir dessa medida, Minas se torna o primeiro Estado do Brasil a contemplar todos os grupos e doenças que constam na Lei Federal n° 14.154, que fez alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069, de 13/7/1990), com o intuito de melhorar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).

O teste é realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), também nas maternidades cadastradas por todo o território nacional, e deve ser feito preferencialmente após o 3º e o 5º dia de vida do bebê.

“Mesmo antes de atingirmos essa marca, já observamos os impactos positivos dessa iniciativa. Diversas crianças, pelo que temos registrado até agora, foram salvas graças ao teste. Além disso, muitas outras conseguiram evitar sequelas, muitas vezes definitivas, devido à detecção precoce proporcionada por esse exame”, disse o governador.

Foto: Cristiano Machado/Imprensa MG

Investimento

Os R$ 64,2 milhões vão servir para custear os exames de triagem e complementares, diagnósticos e o tratamento total de doenças. Em Minas Gerais, todo o material é levado para ser processado no Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio ao Diagnóstico (Nupad), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), responsável por analisar aproximadamente mil amostras por dia do teste.

O resultado pode ser consultado no site da instituição, e, caso apresente alguma alteração, a cidade onde mora o paciente será acionada. Dessa maneira, as consultas e exames especializados são marcados para se fazer a confirmação do diagnóstico.

Caso se confirme alguma das doenças triadas, o paciente será imediatamente encaminhado para iniciar o tratamento através do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Ministério da Saúde anunciou em março deste ano, um aumento de mais de R$ 30 milhões por ano para ampliar o teste do pezinho, que consegue evitar mortes por deficiências e proporcionam uma melhor qualidade de vida para os pacientes acometidos por doenças como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita.

Segundo dados do Governo Federal, em junho de 2024, das mais de 2 milhões de crianças nascidas todos os anos no país, apenas 7% se submetem ao rastreamento precoce ampliado de algumas doenças raras com potencial de agravamento. Essa triagem ampliada pode rastrear até 52 enfermidades, contra apenas sete identificadas pelo teste tradicional.

Mesmo não existindo um número exato de doenças classificadas como raras, as autoridades sanitárias estimam mais de 5 mil tipos, associadas a fatores genéticos, ambientais, infecciosos e imunológicos.

Foto: Cristiano Machado/Imprensa MG
Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.