Ministério da Saúde convoca reunião para tratar de casos de “mpox” no Brasil

Até o momento, 709 casos e 16 mortes foram registrados no país

Sinal de alerta ligado

O aumento nos números de casos de mpox e com uma nova variante do vírus em circulação, fez ascender um alerta no Ministério da Saúde, que convocou uma reunião para tratar da doença.

A nota publicada pelo MS informa que o objetivo da reunião é atualizar as recomendações e o plano de contingência sobre a doença no Brasil.

O comunicado ainda reforça que o ministério está acompanhando com atenção a situação da mpox em todo o mundo, e está monitorando todas as novidades junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Brasil

Segundo uma avaliação realizada pela pasta, neste momento, o Brasil apresenta um risco baixo. Um levantamento feito pelo ministério mostrou que neste ano já foram notificados 709 casos de mpox no Brasil, com 16 deles evoluindo para o óbito.

Em relação a vacinas contra a mpox, a pasta informou que no ano passado, a imunização contra a doença foi feita em uma época de emergência em saúde pública internacional, com as doses sendo liberadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) de maneira provisória.

Caso novas evidências demonstrem a necessidade de alterações no planejamento, as ações necessárias serão adotadas e divulgadas oportunamente”, concluiu o ministério.

Comitê de emergência

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, anunciou na última semana a convocação de um comitê de emergência para avaliar o cenário de surto da doença na África e o risco de disseminação internacional do vírus.

Tedros revelou que tomou a decisão após casos de mpox serem registrados fora da República Democrática do Congo, onde os casos vêm ocorrendo com mais frequência há mais de dois anos.

O cenário vem se agravando em razão de uma mutação do vírus, que levou à transmissão da doença de pessoa para pessoa, e também sobre a notificação de suspeitas da doença em outras províncias, como a de Kivu do Norte.

Vacinação

Aos produtores de vacinas contra a mpox, a OMS publicou um documento oficial, solicitando que sejam submetidos a pedidos de análise para ser feito o uso emergencial das doses.

Esse processo foi criado especificamente visando acelerar a disponibilidade de insumos ainda não licenciados, mas primordiais em situações de emergência em saúde pública.

“Essa é uma recomendação com validade limitada, baseada numa abordagem de risco-benefício”, destacou a entidade.

A organização pede ainda que os fabricantes de vacinas mostrem dados que atestem que as doses são realmente seguras, eficazes, de qualidade garantida e adequadas para a população.

Conforme a OMS, a concessão de autorização para se fazer o uso emergencial vai acelerar o acesso da população às vacinas, inclusive para países mais pobres que ainda não tem uma própria aprovação regulamentar sobre as doses em questão.

“Existem, atualmente, duas vacinas em uso contra a doença, ambas recomendadas pelo Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (Sage, na sigla em inglês)”, destacou a entidade.

Foto Ari Dias/AEN

A doença

A mpox é uma doença zoonótica viral, onde a transmissão para os humanos pode acontecer através do contato com animais silvestres infectados, pessoas que estejam infectadas pelo vírus e também por materiais contaminados.

Em geral, os sintomas incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, inchaço dos linfonodos (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

A quantidade de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar na região do rosto, palma das mãos e na planta dos pés. Outras partes do corpo, como boca, olhos, órgãos genitais, também podem ser atingidas.

O tratamento carece de suporte para manter sob controle os sintomas de maneira mais eficaz e evitar que ocorram complicações. O tempo de recuperação dos pacientes infectados pode durar até um mês, mas caso não tenha o tratamento ideal, a doença pode ser fatal.

Foto: Getty Images/Reprodução
Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.