Fake News na tragédia
A pedido do Ministério da Justiça, a Polícia Federal vai investigar a propagação de “fake news” por parte de influencers e parlamentares, que estariam usando as redes sociais para espalhar informações falsas sobre as ações do governo federal, estaduais e municipais na tragédia do Rio Grande do Sul.
Em ofício enviado pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, ao Ministério da Justiça, inclui nomes como o senador Cleitinho (Republicanos-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o coach Pablo Marçal. O documento traz uma lista de perfis em redes sociais e postagens na internet que vêm divulgando informações falsas sobre o trabalho de resgate de pessoas, doações e a recuperação de áreas afetadas.
O documento
No ofício, são enumeradas uma lista com onze publicações consideras “fake news”, o total de interações que elas trazem, a quantidade de seguidores de quem postou, as republicações e o número de comentários, revelando o alcance que essas mentiras atingem.
Segundo Pimenta, as narrativas inventadas na internet, além de não ter paralelo com a realidade, afetam diretamente a vida das pessoas e os trabalhos de resgate.
Em um trecho do pedido, a Secom informa que “o impacto dessas narrativas na credibilidade das instituições como o Exército, FAB [Força Aérea Brasileira], PRF [Polícia Rodoviária Federal] e Ministérios, cruciais na resposta a emergências. A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos. É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises”.
As investigações vão apurar os ilícitos ou eventuais crimes relacionados à desinformação e individualizar as condutas. A Advocacia Geral da União (AGU) será responsável por acionar os órgãos competentes para as ações judiciais de responsabilização dos culpados.
Postagens
As postagens investigadas incluem informações já desmentidas pelo Governo do Rio Grande do Sul sobre a entrada de doações no Estado e também sobre a atuação do Governo Federal e das Forças Armadas.
O Senador mineiro Cleitinho, publicou uma informação do coach Pablo Marçal, alegando que caminhões com doações estariam sendo barrados na entrada do Estado por falta de nota fiscal. Essa informação foi prontamente desmentida pela Secretaria de Fazenda dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro, publicou em suas redes sociais que o governo federal teria demorado quatro dias para enviar reforços para a região.
Os parlamentares não responderam os contatos para falar sobre a investigação e a assessoria do coach Pablo Marçal não foi encontrada para comentar sobre os fatos.