Produtores de flores de MG comemoram bons números do setor

Minas Gerais produziu no ano passado 15,5 bilhões de dúzias de flores

Flores para comemorar

A chegada da primavera, que se iniciou no dia 22 de setembro, as paisagens já começam a mostrar o colorido trazido pelas flores.

Porém, para o produtor de flores que trabalha o ano todo, os últimos três meses do ano representam uma época de muito trabalho para atender o aumento da demanda.

Os principais clientes nesta época do ano são as festas de confraternização e os bailes de formatura.

Festa tradicional celebra o bom momento

Na região da cidade de Barbacena, um dos maiores polos de flores de corte do Brasil, os produtores estão celebrando o reaquecimento do mercado, deixando para trás a crise enfrentada no período da pandemia, que afetou drasticamente o setor.

Esse bom momento vivido pelo setor, será comemorado durante a 52ª edição da Festa das Rosas e Flores de Barbacena, que acontece entre os dias 10 e 13 de outubro, no parque de exposições da cidade.

Já considerado uma tradição local, o evento é a oportunidade de o setor celebrar todo o esforço dos produtores no cultivo das flores.

“Os produtores de flores estão cada vez mais preocupados com a qualidade. Eles estão sempre adotando novas técnicas e buscando as mais belas variedades de rosas no mundo para encantar os clientes”, ressalta o coordenador de Regional de Culturas da Emater-MG, Carlos do Carmo Rodrigues.

Foto: PMB/Divulgação

Cidades produtoras

Os principais municípios produtores de flores da região são Alfredo Vasconcelos, Antônio Carlos, Barbacena, Ressaquinha e São João Del Rei, que chega a produzir por ano, aproximadamente 1,2 milhão de dúzias de flores.

Tiradentes é outra cidade que se destaca no ramo da floricultura, produzindo cerca de 30 mil vasos de orquídeas. A delicadeza exigida pela atividade faz com que o setor tenha como característica o emprego massivo de mão de obra feminina.

Segundo Carlos Ramiro, o período da pandemia foi um tempo bastante difícil para o setor, principalmente nos anos 2020 e 2021, onde foram cancelados todos os eventos que eram fonte de renda do setor.

“A pandemia foi um enorme desafio. Mas os produtores da região fizeram um grande esforço de vendas e conseguiram abrir mercados novos como São Paulo e em vendas virtuais. Essa rearticulação acabou fortalecendo a produção local e agora com a volta dos eventos o mercado está aquecido novamente”, diz o coordenador da Emater-MG.

Foto: Adriano Joanes Maria/Andraflores/Divulgação

Mercado desafiador

Para o produtor Mário Raimundo de Melo, que está no ramo de floricultura há quase 20 anos, trabalhar com a produção de flores sempre foi um negócio desafiador.

“É um mercado fechado e complexo. Em geral, os compradores já têm seus fornecedores e a atividade exige muito profissionalismo do produtor, pois é um produto extremamente delicado e muito perecível”, explica.

Mário conta que a produção de rosas tem várias etapas que precisam de bastante dedicação e cuidado. O armazenamento, a embalagem e o transporte, também carecem de muito cuidado e atenção, como a necessidade de se usar câmaras frias.

“É um trabalho que exige muita mão-de-obra, pois tudo é feito artesanalmente (poda, retirada de espinhos, seleção das flores e outros)”, comenta o produtor.

Se destacam também o aumento da mão de obra, os autos custos de energia elétrica utilizadas tanto no processo de irrigação quanto nas câmeras frias, nas embalagens plásticas, nos royalties das flores, cotadas em moedas estrangeiras, defensivos agrícolas e outros insumos.

“Os custos de produção estão subindo muito, então o produtor tem de trabalhar com inteligência para não ter prejuízo. O fim de ano é uma época muita demanda por causa das formaturas e festas, por isso a gente trabalha muito para atender os pedidos. Para o réveillon, por exemplo, temos de produzir rosas brancas e amarelas”, explica o produtor.

Foto: CNA/Divulgação

Mercado externo

Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) o mercado de flores e plantas no Brasil, somente no ano passado, movimentou R$ 17,8 bilhões. Os produtos da floricultura brasileira foram enviados para 59 destinos, tendo Holanda (34,6%), Estados Unidos (20,8%), Uruguai (15,2%), como os três principais destinos.

O sistema Safra Agrícola, da Emater-MG, mostra que a produção de flores de corte em 2023, em Minas Gerais, foi de 15,5 bilhões de dúzias. Para 2024, a estimativa é de que se produza 14,3 bilhões de dúzias.

Já a produção de flores envasadas chegou a 942.330 vasos, em 2023, e a expectativa para 2024 é 947.330 vasos.

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.