Satélites são usados no combate aos incêndios florestais em Minas Gerais

Com a ferramenta, 80% dos focos de incêndios são inibidos nas primeiras 24h

Vigilância via satélite

Equipes estratégicas em campo e uso de tecnologia avançada de monitoramento por satélite são as armas do Governo de Minas para a prevenção e combate aos incêndios que atingem o estado nessa época do ano.

Acompanhando de perto o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros, o Governador Romeu Zema (Novo) esteve ontem, dia 27, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), localizado na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.

O CICC é coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e tem a participação de outras 18 instituições federais, estaduais e municipais.

União das forças

A integração das forças em um mesmo espaço fortalece a tomada de decisões rápidas e inteligentes, visando a otimização de recursos e a execução de ações coordenadas.

Em 2024, a novidade será o uso da tecnologia de satélites, que vai facilitar a identificação de focos de incêndio em todo o estado por meio de sensores de calor. Dados da corporação mostram que 80% dos focos de incêndio são combatidos nas primeiras 24 horas.

“Essa é uma ação excelente para um estado como o nosso que, neste período, enfrenta muitos incêndios. Isso só é possível devido ao uso de tecnologia, principalmente o monitoramento e acompanhamento por satélite”, avaliou Romeu Zema, ao Agência Minas.

Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

Ações estratégicas

Coronel Erlon Dias, comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG), detalhou o funcionamento da tecnologia por satélite, que permite o acionamento das equipes quase que de maneira instantânea, após a identificação de incêndios.

“Estamos aproveitando essa tecnologia para monitorar focos de calor. Quando identificamos esses focos, acionamos as equipes em campo, que se deslocam rapidamente para minimizar o impacto inicial das chamas”, disse Dias.

O coronel destaca também a logística adotada pelos Bombeiros no combate aos incêndios, incluindo uma atenção especial para as áreas mais críticas, com bases montadas estrategicamente nos locais onde as queimadas acontecem com mais frequência.

“Estamos com bases avançadas, especialmente no Norte de Minas, e contratamos mais de 260 brigadistas em todo o estado. Somando isso às nossas equipes em campo, estamos conseguindo manter uma média histórica no combate aos incêndios nesta região”, afirmou o comandante.

Ao todo são 800 brigadistas mobilizados em todo o estado ajudando no enfrentamento ao fogo.

Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

Combate ao crime

O combate as queimadas em Minas Gerais também contam com o apoio da Polícia Militar (PMMG), que desenvolve estratégias de inteligência para identificar e inibir ações criminosas nas matas e florestas do estado.

“Em agosto, estamos executando a Operação Verde Minas, que mobiliza mais de 900 policiais militares em conjunto com a Defesa Civil e a Secretaria de Meio Ambiente, para realizar o policiamento nas zonas rurais e inibir esses incêndios provocados por pessoas. Além disso, estamos empregando aeronaves da PM em operações que visam prevenir o início de incêndios e dar suporte ao combate das chamas”, detalhou o militar ao Agência Minas.

Força-tarefa

O coordenador da Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec-MG) tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes, destacou a importância da atuação integrada das Forças de Segurança, principalmente neste período onde os incêndios são mais frequentes, seja pelas condições do clima ou pela ação humana.

“Estamos trabalhando em estreita colaboração com os municípios. A operação também envolve o cidadão, incentivando-o a evitar incêndios e, se necessário, emitindo alertas sobre ondas de calor e baixa umidade, que podem potencializar os incêndios. Estamos determinados a atravessar este período crítico de seca, combatendo os focos de incêndio o mais rápido possível. E contamos com a ajuda de todos”, afirmou.

Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

CICC

O CICC é um centro de monitoramento e planejamento operacional, equipado com 1,4 mil câmeras, que funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano.

A estrutura é pioneira no Brasil e começou a funcionar em 2013. Atualmente, está instalada na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, de onde se monitora centenas de pontos da capital, da região metropolitana, incluindo as principais rodovias de entrada e saída do estado.

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.