Seguranças de Zema entram em confronto com servidores das forças de segurança

Protestos contra o Executivo vem acontecendo desde 2019

Clima tenso

O clima continua tenso entre os servidores das forças de segurança e o governador Romeu Zema (Novo). Agentes particulares e policiais militares que faziam a segurança do governador, durante um evento na manhã de ontem, em Belo Horizonte, entraram em confronto contra os manifestantes que protestavam contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Executivo.

A forma truculenta como os manifestantes foram recebidos pelos seguranças, acirrou ainda mais o clima nos debates que as entidades de classe do setor pensavam ter, em um dia importante nos atos contra o governo.

A manifestação dos agentes de segurança é contra a proposta de reajuste salarial de 3,6%, apresentada pelo governo. A confusão aconteceu quando o governador chegou ao prédio do Sesc, onde participaria do lançamento de um programa sobre capacitação profissional.

Embate

No memento da chegada, os servidores tentaram bloquear a entrada do governador no prédio, quando foram impedidos pelos seguranças, que chegaram a rasgar as faixas de protesto. Um dos manifestantes chegou a cair no chão.

Outro motivo do protesto era o projeto de lei que aumenta a contribuição do funcionalismo para o Instituto da Previdência dos Servidores Militares (IPSM).

Na saída, mais protestos. Os manifestantes bloqueavam a passagem do carro que levava Zema, enquanto entoavam os gritos de “Zema caloteiro”. Até o momento, a assessoria do governador não comentou o assunto.

Foto: Reprodução Instagram

Os projetos

Hoje, dia 21, os projetos sobre a previdência e reajuste salarial, serão apreciados na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Mais protestos são esperados tanto dentro, quanto do lado de fora do prédio.

Ampliação dos protestos

Na visão dos representantes das forças de segurança, o confronto entre os manifestantes e a equipe de segurança do governador, servirá de motivação para que a adesão aos protestos aumente.

O Subtenente Heder, presidente da Associação dos Praças Policiais e dos Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), informa que a estratégia das forças é de que atos de protestos sejam organizados também no interior do estado, com o intuito de pressionar o Executivo.

O governador se acostumou com um movimento centralizado em Belo Horizonte e agora estamos ampliando e recrudescendo a mobilização no estado todo. Vai ter em BH, Araxá, Uberlândia, Teófilo Otoni. A cada dia que passa vamos ampliar os atos no interior e vamos fazer em frente às prefeituras para pressionar os prefeitos, porque a segurança em Minas vai parar e a culpa é do Zema”, afirmou o militar à reportagem do jornal Estado de Minas.

Os servidores em protesto

Estão mobilizados em protestos contra o Executivo os integrantes das polícias Militar, Civil e Penal, bombeiros e agentes socioeducativos. Os protestos começaram no início do governo. Em 2019, após uma reunião com representantes da área e deputados classistas, Zema aceitou conceder uma recomposição salarial em três parcelas, uma de 13% e outras duas de 12%.

Um ano depois, um projeto de lei foi enviado à Assembleia com as propostas aprovadas, porém, Zema vetou os trechos que tratavam das duas parcelas do reajuste. A parir daí os protestos contra o governador ficaram recorrentes.

Dentre as ações propostas pelas entidades que representam os servidores, é a adoção geral ao regime de estrita legalidade. Como a greve das polícias é inconstitucional, este modelo de trabalho prevê a realização apenas das atividades básicas, sem o envolvimento em operações especiais e a recusa de operar com equipamentos considerados obsoletos ou sem a devida manutenção.

Foto: Luiz Santana/ALMG

Na pauta da Assembleia

Hoje, a CCJ vota três pautas sensíveis aos servidores. O primeiro é o PL 2309/2024, que prevê um reajuste salarial de 3,62% para o funcionalismo público. A segunda pauta é a que aprecia as propostas do Executivo relativas à previdência. O PL 2238/2024 pretende aumentar em 81,7% o piso e o teto da contribuição do funcionalismo ao Instituto da Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). A terceira pauta se trata do PL 2239/2024 que determina um aumento no desconto nos salários de policiais e bombeiros mineiros de 10,5% para 13,5% para financiar o IPSM. A medida também diminui a contribuição do estado de 16% para 1,5%.

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.