Sistema de monitoramento de tremores de terra será ampliado em Minas Gerais

Novos sismógrafos serão instalados em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Terra tremendo em Minas Gerais

Uma parceria inédita entre a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade de Brasília, em colaboração com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), vai instalar novos sismógrafos pelo estado.

A ideia é aperfeiçoar o monitoramento e o estudo dos tremores de terra que vem acontecendo no estado, reforçando o bem-estar e segurança dos mineiros.

Essa iniciativa é uma resposta ao aumento da atividade sísmica recorrentes nos últimos anos, como no caso da cidade de Sete Lagoas, que vem registrando tremores desde novembro de 2022 e também terremoto registrado no Chile, que provocou tremores em Frutal, Congonhas e Uberlândia, dia 18 de julho.

Sismógrafos em MG

A instalação dos sismógrafos vai permitir que sejam coletados dados sobra a frequência, magnitude e localização dos tremores, mostrando informações primordiais para a elaboração de estratégias de mitigação e respostas a desastres.

Atualmente, Minas Gerais tem sete sismógrafos espalhados em seu território, e com a expansão do projeto, serão instaladas outras quatro estações, com foco nas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A Defesa Civil, junto aos pesquisadores das universidades, representantes das defesas civis e das prefeituras, realizaram na última terça-feira, dia 23, uma visita técnica nas cidades de Itabira, Itabirito e Santana do Riacho, para escolher os locais ideais para a instalação dos equipamentos.

Segundo o tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes, coordenador estadual adjunto de Defesa Civil, é muito importante a expansão desse monitoramento junto à rede nacional.

“O apoio do Observatório Sismológico da UnB sempre foi muito importante para o órgão. Agora, com a parceria com a UFMG e o acesso aos dados focados em nosso estado, teremos ainda mais bagagem para investir em ações de prevenção e mitigação quando se fala em abalos sísmicos”, ao site Agência Minas. 

Foto: ANSA/Ansa Brasil

Parceria com universidades

Referência no tema, o Observatório Sismológico (Obsis) da Universidade de Brasília, será o responsável pela instalação dos novos equipamentos. O professor de sismologia da universidade, Lucas Vieira Barros, reforça que essa ampliação vai permitir uma rede de monitoramento ainda mais precisa.

“A parceria vai contribuir pra gente poder detectar sismos de menor magnitude. Isso é muito importante, do ponto de vista científico, para poder elaborar, no futuro, mapas de risco de perigo sísmico com maior precisão para mitigar os efeitos dos terremotos. Nós não podemos evitá-los, mas podemos nos preparar para eles”, observa Lucas Vieira Barros, ao site Agência Minas.

Pesquisadores do Laboratório de Geofísica do Instituto de Geociências da UFMG vão analisar os dados coletados pelos sismógrafos, como o Mestre em Engenharia Mineral, Eduardo Saldanha Alvim.

“A gente pode fazer mapeamento e trazer informações para a Defesa Civil tomar providências. Essa iniciativa traz a população para dentro do meio acadêmico, onde a informação é mais confiável ”, reforça.

Foto: Defesa Civil/Divulgação

Os integrantes da Cedec e das defesas civis municipais, receberam ontem, dia 25, uma palestra com o tema monitoramento de abalos sísmicos ministrada de forma híbrida pelos pesquisadores das universidades. O evento contou com a presença de mais de 75 pessoas, entre agentes regionais e municipais.

Os novos sismógrafos devem ser instalados até o final deste ano, e estará em pleno funcionamento da rede no início de 2025. Os dados obtidos serão compartilhados com toda a comunidade científica e com os órgãos de defesa civil do estado.

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.