Urnas eletrônicas passam pelos últimos testes antes das eleições municipais de 2024

Até hoje, nenhuma ataque conseguiu fragilizar a integridade ou sigilo do voto

Urna eletrônica e segura

Começou ontem, dia 15, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os últimos testes de segurança nas urnas eletrônicas, que serão usadas nas eleições municipais desse ano, marcadas para 6 de outubro, com eventual segundo turno em 27 de outubro.

Investigadores da Polícia Federal (PF) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) farão até a próxima sexta-feira, dia 17, uma série de testes de confirmação para certificar se as pequenas falhas encontradas no ano passado foram todas corrigidas.

O Teste Público de Segurança (TPS), como é chamado, acontece a cada ciclo eleitoral. Um edital é aberto em anos não eleitorais, possibilitando a qualquer pessoa interessada se inscrever para examinar os códigos-fonte. É permitido que o inscrito realize ataques, visando encontrar vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação.

Foto: Antônio Augusto/Ascom TSE

Último teste

O último TPS foi realizado entre 27 de novembro e 2 de dezembro de 2023. Após receberem acesso ao código-fonte, 33 investigadores e seis investigadoras, realizaram, ao todo, 35 planos de ataques contra as urnas eletrônicas. Na ocasião, foram encontrados por uma comissão avaliadora, cinco inconsistências que deveriam ser trabalhadas pelo TSE, para que fossem examinadas novamente no teste iniciado ontem.

Os ataques realizados ano passado, segundo relatório do TPS, não conseguiram fragilizar a integridade ou o sigilo do voto, porém, foram encontradas possíveis falhas na inicialização da urna, que gerava uma mensagem de erro não prevista.

Já a PF, encontrou outra falha no procedimento de carga da urna, quando são inseridas as informações sobre os candidatos e o eleitorado. Outras duas falhas, envolvendo o controle e privilégios de acesso de aplicações executadas na urna, foram encontradas pela equipe da UFMS, formada por um professor e três alunos.

Foto: TSE/Divulgação

O TPS foi descrito pelo diretor-geral do TSE, Rogério Galloro, como parte fundamental para a transparência do sistema eleitoral, considerando que, com a realização dos testes, o sistema está em constante evolução.

As nossas equipes técnicas se debruçaram sobre esses achados, melhoraram esses temas e aqui, neste teste de confirmação, apresentamos os dois códigos-fonte, o que tínhamos antes e as melhorias que foram feitas”, explicou o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Julio Valente, ao site da entidade.

O que será testado

Durante o teste de confirmação, serão executados os firmwares (programas de controle do hardware) e as mídias dos modelos 2022 e 2020 da urna eletrônica. Serão testados: Gerenciador de dados, aplicativos e interface com a urna eletrônica, software de carga, software de votação, sistema de apuração, kit JE-connect, entre outros.

Participam também dos testes de confirmação, com o intuito de dar suporte às investigadoras e investigadores, sete pesquisadores do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.