Valorizando o patrimônio cultural, MG amplia cadastro de Folias de Reis no estado

Foram registrados até o momento mais de 2.600 grupos

Preservação da cultura

Por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais vem atuando ativamente para ampliar o cadastro das Folias de Reis em Minas como patrimônio cultural imaterial.

O resultado desse trabalho é o aumento dos registros dessa manifestação cultural-religiosa.

Existem atualmente 2.643 grupos cadastrados e distribuídos por 586 cidades mineiras, fazendo deste, o patrimônio imaterial mais registrado em toda Minas Gerais.

Incentivo a cultura

Esse trabalho é parte de várias ações de mobilização realizadas no decorrer de 2024, como o Encontro de Folias de Leandro Ferreira, o Festival de Folclore de Jequitibá e também o Encontro de Flautas Tradicionais do Jequitinhonha. Esses encontros serviram para os grupos de folias receberem incentivos para registrar suas práticas culturais.

Neste ano, a partir dos dias 11 e 12 de janeiro, tem início outra etapa dessa iniciativa que vai realizar o V Encontro de Folias e Pastorinhas.

A programação completa terá cortejos, bênçãos aos foliões, apresentações artísticas, como o show “Coração Caipira”, apresentado pelo ator e músico Jackson Antunes.

O evento é uma homenagem às tradições da região Norte do estado e pretende promover a união entre as comunidades rurais e urbanas.

“Para o Iepha, além da responsabilidade de salvaguardar esse patrimônio, temos orgulho de apoiar a manutenção dessa tradição em encontros como o grande Cortejo de Reis no Palácio da Liberdade, e eventos como esse em Diamantina”, afirma o diretor de Proteção e Memória do Iepha-MG, Adriano Maximiano da Silva.

Foto: PMB/Divulgação

Patrimônio cultural

As folias reúnem saberes e práticas culturais de grande relevância na formação da identidade mineira, sendo reconhecidas oficialmente como patrimônio cultural de Minas desde janeiro de 2017.

Delas, fazem parte cantadores e tocadores em devoção aos santos, como os Reis Magos, São Sebastião e Nossa Senhora da Conceição.

As apresentações dos grupos são um espetáculo à parte, com presença de figuras como reis, palhaços e bastiões. As violas, pandeiros e sanfonas, fazem parte da trilha sonora, enquanto a bandeira simboliza a união entre os grupos e a fé.

Para reconhecer as Folias de Minas como patrimônio cultural imaterial, o Iepha-MG promoveu capacitações e fóruns de escuta com a participação gestores culturais e foliões, para entender a diversidade da manifestação em Minas Gerais.

No ano de 2016, depois de várias atividades de pesquisa, foi concluído dossiê e o processo de registro aprovado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). Desde então, o Iepha-MG vem implementando uma série de medidas para salvaguardar e apoiar as comunidades envolvidas, visando garantir a continuidade e a preservação dessas práticas culturais.

“Dentre todos os bens registrados como patrimônio cultural imaterial, as Folias de Minas são o bem com maior número de cadastros e com uma distribuição em todas as regiões do estado, presente tanto em áreas urbanas quanto rurais. Este patrimônio, transmitido por gerações ao longo dos séculos, tem um grande valor histórico e artístico, influenciando a sociedade mineira e se tornando parte da nossa mineiridade”, completa Silva.

Foto: Renato Araújo/Agência Brasil
Gustavo Campos: Nascido em Esmeraldas e criado em Betim. Formado em Jornalismo no ano de 2009 pelo Centro Universitário Newton Paiva, tem passagem como repórter pelas redações dos jornais O Tempo, Jornal Super Notícia e Jornal Aqui Betim. No Jornal Turismo de Minas, exerceu as funções de editor e repórter. Em ambas empresas, escreveu para as editorias de Cidades, Polícia, Gerais, Cultura e Gastronomia.